Na língua tupi, maracujá significa “comida de cuia” — é a
forma que a casca fica, cortada ao meio, servindo de “prato”, ou cuia, para os
índios que apreciavam a fruta nativa do América do Sul.
Originária da bacia amazônica, o maracujá era bem conhecido
pelos índios que habitavam as regiões banhadas pelo rio e seus afluentes. Até
hoje, a produção da fruta está concentrado no Brasil, na Colômbia, no Equador e
no Peru.
Os colonizadores espanhóis e portugueses, ao conhecerem os
usos culinários e medicinais da planta, levaram suas sementes para a Europa.
Por suas propriedades calmantes, foi bastante usada, tanto na Europa quanto na
América do Norte, como medicamento natural.
O poder calmante do maracujá está relacionado à
passiflorina, substância sedativa presente em suas folhas.
Há mais de 150 variedades de maracujá, mas as mais
utilizadas na alimentação são o maracujá azedo, o roxo e o doce. O primeiro,
muito utilizado para o preparo de sucos, é o mais comum no Brasil, respondendo
por 95% da produção nacional.
No fim dos anos 80, a alta gastronomia “descobriu” o
maracujá. Além do sabor, o visual atraente da polpa dourada e translúcida
salpicada das pequenas sementes escuras, também comestíveis, torna o maracujá
um ingrediente bastante interessante para criações culinárias.
PRINCIPAIS NUTRIENTES
Rico em vitamina C, potássio e manganês, o maracujá é fonte
de ferro, magnésio, fósforo e zinco.
PARA A SAÚDE
Considerado um calmante natural, o maracujá contém
passiflorina, uma substância que tem ação sedativa, mas que é encontrada
basicamente nas folhas da fruta. Não há evidências de que o consumo da polpa
produza efeito maior do que o placebo.
O maracujá é uma boa fonte de vitamina C, que tem
propriedades antioxidantes e contribui para o bom funcionamento do sistema de
defesas do corpo.
A vitamina C também contribui para a melhor absorção de
ferro. O maracujá também é fonte desse mineral, essencial para o transporte de
oxigênio e a formação de glóbulos vermelhos no sangue.
A fruta é rica em potássio, que regula a pressão e o pH
sanguíneos e auxilia os processos digestivos e as contrações musculares (após
atividades físicas muito intensas, a reposição de potássio no organismo ajuda
na recuperação dos músculos) e em manganês, que atua junto com diversas enzimas
para facilitar os processos metabólicos e tem propriedades antioxidantes.
Outra substância antioxidante encontrada no maracujá é a
cianidina. A cianidina é um pigmento antioxidante do grupo das antocianinas. Em
estudos de laboratório, estas substâncias têm demonstrado uma ação preventiva
contra alguns tipos de câncer.
O maracujá também é fonte de fósforo, que auxilia a
regeneração de tecidos e tem papel fundamental na saúde de ossos e dentes,
assim como o magnésio. Tanto este mineral quanto o zinco contribuem para o bom
funcionamento do sistema imunológico. O zinco também é fundamental para a
fabricação do material genético.
NAS COMPRAS
Variedades
O MARACUJÁ AZEDO, ou amarelo, é o mais produzido no Brasil.
Redondo ou ovóide, com muitas sementes, tem a casca grossa e amarela. Conforme
amadurece, a casca torna-se enrugada. É este o melhor momento para ser
consumido.
Com oferta menor (e mais caro), o MARACUJÁ DOCE tem um
formato que lembra um pequeno mamão papaia. A casca é lisa, mais clara do que a
do azedo. Com sabor bem doce e forte aroma, é quase sempre consumido ao
natural.
O MARACUJÁ ROXO é uma variedade da mesma espécie que o
azedo, mas é menos encontrado no mercado. Além da casca escura, diferencia-se
do maracujá amarelo por ser menos ácido.
Como Escolher
O maracujá bom é pesado em relação ao seu volume. Quando
está muito leve, a polpa é pouca ou secou.
No maracujá azedo, a casca enrugada significa que já está
maduro. Já o maracujá doce deve ter a casca lisa e brilhante. Em ambos os
casos, elas não devem apresentar manchas escuras ou rachaduras.
O maracujá está bom para consumo imediato quando cede à
pressão dos dedos sem romper a casca.
Melhor Época do Ano
A produção do maracujá azedo é quase ininterrupta nas
regiões quentes do país, garantindo a oferta o ano todo.
O maracujá roxo, que se desenvolve em locais mais frios, tem
o pico da colheita entre janeiro e março. E a melhor época para encontrar o
maracujá doce são os meses de janeiro e fevereiro.
CURIOSIDADE
No Hemisfério Norte, o maracujá é conhecido como “fruto da
paixão”. O nome, na verdade, tem uma explicação de fundo religioso, e não
erótico ou amoroso, como pode parecer à primeira vista. Ele foi dado pelos
colonizadores portugueses à flor do maracujá, em alusão à Paixão de Cristo, por
causa de sua forma e cor. A flor lembra uma coroa de espinhos, como a que foi
usada na crucificação, e é roxa, a cor litúrgica da época da Quaresma.
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